02/12/2011

dia 3- imagina que tens um dia de vida, despede-te da pessoas que gostas;

Já pensei nisto algumas vezes. Já pensei em como seria se a minha vida acabasse num dia. Já pensei como seria despedir-me das pessoas que gosto. E, até já pensei como o faria. Começava pela minha família, são os que estão mais perto. Dizia que precisava de ir, sem dia de regresso, possivelmente sem regresso, um “gosto muito de vocês, tenho orgulho naquilo que são. Pai, mãe e irmão, são tudo!”. A seguir fazia com que todos aqueles que considero verdadeiros, os melhores, se juntassem para uma despedida rápida e simples. Um beijo no nariz a uns, na testa ou na bochecha a outros e um abraço de grupo. Fazia-me ao caminho e dirigia-me a uma pessoa, uma em especial porque é, neste momento, prontoo. Levava-a comigo até um sitio onde não houvesse mais ninguém. Sentávamo-nos, olhava-a bem nos olhos e um abraço fazia a diferença, de certo. Esperávamos o anoitecer juntas. Fazia-a adormecer e ai começava a escrever. Assim que estivesse ferrada, escrevia o seguinte: “meu amor, espero que consigas passar sem mim o resto da vida, como tens passado estes últimos tempos. Espero que não sintas falta das minhas mensagens às quais não dás resposta ou das chamadas não atendidas no visor do teu telemóvel com o meu número. Espero que consigas encontrar alguém que te ame tanto como eu o aprendi a fazer e que tenha tanta estima por ti como eu fui capaz de ter. Amanhã morro, hoje foi o meu último dia de vida, decidi acaba-lo a teu lado, para te provar o quanto te amei enquanto viva, enquanto mulher que tudo dei pela nossa amizade. Agora vou embora, vou deixar-te acordar e espero que tenhas lido esta pequena carta, que a guardes e nunca te esqueças de nós, do que fomos e de como deixamos de ser. Estarei sempre a teu lado, não em corpo mas no teu coração, espero eu. Agora fica aqui um até já. Amo-te melhor amiga mv”.

amo-te sofia